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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

O Brasil é o país dos sem futuro

Brasileiro tem mania de se fazer de coitado. Uma postura reativa que se torna cada vez mais comum, toda vez que alguém faz ou diz algo que não nos agrada. Primeiro nos sentimos ofendidos como se o mundo fosse acabar e depois partimos para o ataque clamando por justificativas e pedidos de desculpas. E a imprensa brasileira tem se mostrado magistral em apoiar esse ufanismo barato.

O último “escândalo” aconteceu há poucos dias, motivado pela declaração bem humorada do ator e diretor Sylvester Stallone em uma coletiva de imprensa durante o Comic Con 2010, em San Diego. Depois de perguntado sobre o porquê de gravar no Brasil o figurão declarou: “lá você pode atirar nas pessoas, explodir coisas e eles dizem 'obrigado! E aqui está um macaco para você levar para casa”. A frase foi claramente uma piada ácida, como é comum no humor dos americanos, mas caiu como uma bomba na mídia brasileira, que partiu para a caça às bruxas, apoiada por meia dúzia de idiotas da internet. O resultado foi um mea culpa com declaração de amor pelo país, divulgado pela assessoria de imprensa da produtora dele. Uma patacoada. E esse foi só mais um caso no qual o Brasil se portou como uma carola ofendida por declarações consideradas preconceituosas.

Eu, particularmente, não me senti ofendido. Primeiro porque não ligo para o que Sylvester Stallone ou qualquer outra dita celebridade fala por aí. Segundo porque não acho que ele esteja totalmente errado. O Brasil é um país que se desmerece, que recebe o descrédito de uma imagem que construiu e segue aumentando. Não temos macacos nas ruas, mas um povo que adora fazer macaquices para chamar a atenção, principalmente se há câmeras por perto. Falta seriedade no dia a dia, falta a inteligência nas piadas e nas atitudes. Seguimos acreditando que o futuro se fará por si só e que somos uma nação fadada ao sucesso por destino. Simplesmente.

Porque cheguei nesse ponto da prosa? Porque assim como milhares de outras pessoas não estou nem um pouco satisfeito com a nação que estamos nos tornando e não acredito na falácia da alegria e felicidade do povo brasileiro que, aliás, foi desmentida recentemente em uma pesquisa que nos colocou em quinto lugar no índice mundial de satisfação e felicidade. Também duvido da máxima que o brasileiro é um povo trabalhador e produtivo, outra afirmação desqualificada por pesquisas que mostraram que um operário brasileiro é até cinco vezes menos produtivo que um alemão mediano. Somos uma das nações menos produtivas per capita do planeta.

E o somos por demérito próprio. É visível que o Brasil premia a improdutividade e a falta de iniciativa. A prova é a dificuldade de sobrevivência de uma pequena e média empresa, que a cada ano é mais atacada por políticas governamentais de combate a “pequena burguesia”, que é quem mais emprega no país. Atualmente as empresas que sobrevivem o fazem sonegando algum dos 46 impostos que devem pagar. Estatísticas pouco animadoras apontam que em 2010, algo em torno de 50% das pequenas e médias empresas no país irão fechar.

Em contrapartida, a contínua política assistencialista premia a classe não produtiva. No Brasil se tornou regra dar o peixe e não ensinar a pescar. Cultivamos a pobreza de espírito, concedendo o básico do básico sem cobrar nada em troca. Somos um país de moral pífia, que pune a classe fértil em detrimento de beneficiar a não produtiva e isso só tende a gerar uma nação mais fraca, empobrecida intelectual e tecnicamente. Uma pátria de macaquinhos ensinados a buscar a banana sem questionar o que isso custará às suas vidas.