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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Independência que conquista

Todos sabem que homens e mulheres são diferentes. Começando pela formação genética, elas XX e nós XY, mostrando que desde o ventre que divergimos. Pós-parto virão os complexos, nós Edipianos e elas Electras. Na escola as conversas, intimidades e pormenores irão, aos poucos, tornando-nos cada vez mais distantes, o que, dizem os especialistas, é o que na verdade nos aproxima.

Agora é na idade adulta que começamos a nos estudar e perceber alguns lugares comuns em cada um, coisas que adoramos apontar sempre que a oportunidade bate à porta. Não sei em qual livro está escrito que as mulheres possuem visão de lateralidade mais ampla que a dos homens, que, por sua vez, enxergam mais precisamente em profundidade. Esta seria uma das explicações para a nossa maior facilidade em momentos de trânsito, como a baliza por exemplo.

Outra compensação para elas é a imensa gama de cores, conhecem um zilhão. Enquanto um homem que se preze reconhece as primárias e secundárias, acrescentando aí, no máximo, os tons claros e escuros. Talvez por isso caiba às mulheres o dever de tornar a nossa vida mais colorida. Mas não é esse o rumo que quero dar à prosa.

As nossas diferenças extrapolam o físico e comportamental e migram para espaços divergentes. Impressionante essa coisa de universo masculino e feminino. Dia desses almocei com uma amiga e depois a acompanhei a algumas lojas de ferramentas e produtos elétricos por conta da sua mudança de apartamento. Dica: quer ver uma mulher perdidinha, larga ela no meio de uma loja de parafusos. Aí a experiência irá depender muito da sua companhia. No meu caso, foi algo cômico e ao mesmo tempo “bonitinho”. É que o charme e a simpatia da minha amiga conseguiam dar um toque feminino até a uma loja de ferragens. Acho que levarei anos até perder a consciência do que significa “parafuso número onze moço!”. A clássica chave Philips hoje tem um mistério que teimo por ainda descobrir, e confesso que tem uma luminosidade diferente entre as lâmpadas eletrônicas de 15 e 20 watts.

Outra coisa curiosa é a reação dos vendedores. A cada pergunta óbvia feita pela moça eles viravam para mim, logicamente esperando que eu tomasse as rédeas das compras, assumindo a posição de ‘macho alfa’ de uma provável relação. Não os condeno por isso. Em uma loja de produtos de beleza ela seria o alvo dos olhares. Machismo declarado por parte de uma classe que ainda não percebeu a evolução das mulheres como seres totalmente independentes de nós homens, que a cada ano tornamo-nos mais supérfluos, objetos de desejo e desprezo. Ou não. Já decidi que nosso próximo teste será numa borracharia.

2 comentários:

  1. Ficou simplesmente maravilhoso..... ficou ótimo, vc é ótimo.... perfeito....
    beijosss

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  2. Cara, muito bom este texto. Aquela citação que não sabia qual livro, é do livro Homens são de Marte e Mulheres são de Vênus. Se não leste, estás perdendo uma riqueza incálculácel. É um livro secular, mas usamos na Faculdade em Psicologia. Vaí lá..boa leitura. Abração. Paulo.

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